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Growing Up


  Ela foi tudo pra mim. Me ensinou coisas que ninguém me ensinaria, me consolou em horas tristes, fez quase tudo por mim. Vê-la partir foi doloroso para mim, ainda mais sendo que ela estava viva, mas longe. Quando criança, brincávamos em seu quintal, dormia em sua casa, nos molhávamos com a mangueira velha e laranja e saíamos para a lan house para jogar ou ver algo idiota na internet. Meses passavam quando a visitava cada fim de semana e eu não notava o tempo passar tão depressa. Dois anos se passaram assim até perceber algo que não imaginava: ela estava crescendo. quando a visitava, não me sentia mais em casa pelo fato dela não estar lá, ou pelo fato dela não querer mais brincar comigo. Pensei que fosse melhor eu crescer então. percebi que crescer não era algo que podia fazer num piscar de olhos ou não bastava querer. tinha que esperar. Mais dois anos se passaram. Seu cabelo, que sempre foi bagunçado, estava arrumado toda vez que a via, sua altura era maior, sua voz, não em tom, mas em palavras havia mudado. Tudo que nela conhecia estava mudado. "Será que um dia ela vai voltar?"
  Paramos de visita-la. Logo, quando tinha percebido que também cresci, ela não ia ser a mesma, assim como eu não voltarei a ser criança. Mesmo com essa certeza, ainda penso naqueles momentos em que ficava lá. Mesmo pensando que minha amizade estava perdida, algum tempo depois que ela saiu da faculdade, começamos a nos falar de novo. Não sobre brincadeiras ou coisas bobas infantis. Falávamos sobre relacionamentos e coisas que aconteceram nas nossas vidas. Voltamos a sair para o cinema, no shopping, fomos até ao Anime Friends junto com alguns amigos dela também. Fiquei feliz em que tudo estava voltando ao normal, nós nos relacionávamos normalmente de novo. Sentia saudades daquela época, mas aquele agora parecia bem mais confortável que o de antes. Mas como nos acostumamos na vida, nem todo conto de fadas tem se final feliz. Ela conseguiu trabalho em algum lugar e some novamente. Sozinho, sempre lembro dos momentos que passamos e me lembro da época em que era criança e ficávamos brincando em seu quintal, onde minha ingenuidade mostrava que eu gostava de todos os momentos. Agora estou neste frágil momento, pensando se tudo voltará a ser como era antes me torturando com as doces memorias que eu tenho sobre ela e nosso tempo juntos.

Será que um dia ela vai voltar?

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