No dia seguinte, no intervalo, conversei com ela sobre várias coisas que passamos sobre gostar de alguém e as nossas “preferências”. Vitor segurou a monitora que vigiava a porta da escada e os que queriam espionar. Mas ao bater o sinal, subimos a primeira escada. Fui olhando para ela levemente, pensando em algum possível futuro juntos. O que senti por Camila foi único, mas parecia necessário pois nunca havia sentido isso. Minha cabeça estava dividida em dois pensamentos: ela e as pessoas que estavam transitando pela escada. Mas não as veria, pois o tempo havia parado para mim. Como se tudo fosse cinza e só nós fossemos os coloridos. Estávamos no corredor para subir a segunda escada. Pensando, disse para mim mesmo: “Meu Deus! Que nervosismo! Maldito nervosismo... Faça alguma coisa!”
“Você quer... Hmmm” disse, estendendo minha mão. Ela concordou, fazendo aquele barulho de afirmação que todo mundo faz. Na hora que encostei em sua mão e a segurei, realmente senti que o mundo havia parado. Só existíamos “nós”. Quando entramos na sala, as garotas “arrancaram” Camila de mim e começaram a perguntar dos detalhes. Coisa de mulher. Eu fiquei com Vitor e os outros garotos, conversando sobre... Bem, você já sabe. Nossa semana era complicada, pois só nos beijávamos de quinta e sexta-feira. Acho que o culpei demais o nervosismo, e não fiz nada para impedir esse ciclo vicioso. Foi assim até uma quarta-feira, quando a pedi em namoro. Pensei que ela era a garota certa. Tinha certeza. Quinta-feira não obtive resposta; só a teria na sexta-feira, foi o que ela disse. Chegando na sexta, minhas chances (do meu ponto de vista) eram grandes. As aulas passaram rápido, o que foi estranho, e ela não estava com uma expressão conhecida. Ela estava diferente. Até que recebi o bilhete.
Carol chegou até mim, no fundo da sala, enquanto Camila ficava da porta observando. Então, disse: “A Camila mandou te entregar isso”. Acabei lendo só a parte de trás da folha, onde estava escrito: “Não posso mais”.
Chorei. Chorei muito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário